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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Copa 2014 e as Novas Relações Parceirizadas


No país do futebol, nada mais natural do que recebermos apelos diários sobre as perspectivas, desafios e oportunidades que nos aguardam em 2014. A fala predominante na mídia, expressa um futuro incerto, com tantos questionamentos que nos parece algo muito distante. Mas por mais que consideremos que ainda há algum tempo para realizar ações de preparação, a bem da verdade é que tudo o quanto se projetar de agora em diante já estará fadado ao atraso. Isto porque sequer estamos certos da diferença entre o que é preciso fazer e do que é indispensável fazer. Assim, corremos o risco de pensar em tudo, fazer muito e acabar por deixar de lado algo importante.

Um dos maiores riscos que corremos nestas projeções é ficarmos condicionados a iniciativa do outro. Temos claro os anseios de infra-estrutura, as medidas públicas que deverão ser capitaneadas e o contingente que deverá ser posto em atividade para garantir a realização do evento. Mas as iniciativas de menor abrangência são tão ou mais importantes que as mega construções. E ainda são tímidas as iniciativas de porte local.

Um turismo massificado, composto por clientes exigentes e acostumados a viajar. Este desafio envolve ampliação e melhoria de trens e metrôs, reforma de aeroportos e adequação da malha viária, mas deve excluir o atendimento do pequeno varejista? O balconista cordial, o policial inteirado das localizações da cidade, o taxista falando inglês e espanhol, a lanchonete da esquina asseada e com equipe uniformizada, farmácias prontas para identificar pedidos de medicamentos diferentes de seu habitual, pessoas cordiais nas ruas e interessadas pela dificuldade daquele visitante....

Enfim, as pessoas que virão querem uma experiência de vida, da qual a partida de futebol é apenas um dos muitos ingredientes. O que é mais importante, uma saída de estádo rápida por meio de um trem bala, ou, no caso do trem não existir, um acesso seguro aos ônibus, acompanhado da polícia, por vias bem sinalizadas? Caso se entenda que a segunda opção, mesmo não sendo a mais importante tenha um grau de importância considerável, e teremos que considerar também que nem só de esferas federais, mídia e obras vive uma Copa do Mundo. São ações locais que vão garantir o sucesso mínimo do evento, e isto só se atinge com parcerias sólidas entre os diversos agentes do município.

Tive a satisfação de integrar na última semana a organização de uma destas iniciativas. Capitaneado pelo Senac, o evento integrou palestras e mesas de discussão que envolveram ao todo 12 entidades representativas da região da Zona da Mata Mineira, levantando idéias, trocando cartões e expondo em dois dias os principais desafios locais. Da hotelaria a gastronomia, da Prefeitura ao Varejo, os debatedores interagiram com amplo público de mais de 350 participantes, entre empresários, profissionais do trade turístico e estudantes.

As entidades presentes foram unânimes em perceber a importância da interação, onde cada mínima contribuição pode ter um papel decisivo para estar com sua região inserida ou não no destino dos mais de 3 milhões de turistas internacionais estimados para aterrisarem por aqui por força da Copa.

Sabemos que iniciativas similares já estão em andamento em diversos locais, regiões estas que saem na frente pela formação de um novo diferencial competitivo, composto não pelo atrativo turístico específico existente na cidade, mas por uma região rica, hospitaleira e agradável, muitas vezes composta por mais de um município, onde, para o turista, valha a pena ficar um tempo maior do que o habitual. Esta forma de ver uma região como um produto é uma tendência mundial, e que tem, por meio do Ministério do Turismo, formatado já há algum tempo, circuitos que se tornaram verdadeiras molas propulsoras na economia de diversos municípios brasileiros.

Assim, a Copa do Mundo, tal qual a Copa das Confederações e as Olimpíadas, devem deixar um legado significativo, não apenas para o segmento turístico, tampouco percebido apenas em obras e melhora na qualidade de serviços, mas em uma nova visão empreendedora, associativista, cooperada, fundamental para garantir futuras grandes realizações, e indispensável para compor os novos modelos de negócio. Deixamos de pensar em ter apenas um bom produto ou um bom serviço, mas precisaremos também de um bom apoio.

Estaremos preparados?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Contratações para 2011 - das eleições ao futebol

A título do que ocorre a cada dois anos, e em 2011 deveremos começar o ano com estagnação. Não é uma simples previsão pessimista, mas a constatação do perfil profissional brasileiro, que se acentua após períodos de eleição.

Tendo vivenciado a realidade dos processos seletivos e projetos de profissionalização em diversos municípios, e pude evidenciar uma constatação muito triste: a expectativa de grande parcela do eleitorado pelo beneficio direto e imediato de terem seus escolhidos sido elevados a categoria de autoridade. É comum, em entidades de recrutamento de profissionais, a mão de obra especializada, já escassa de maneira genérica no país, simplesmente sumir no início do ano, motivada por uma cultura informal de que a produção no país só é retomada após o carnaval. Agora, quando se trata de ano pós eleições, o fato crítico se torna ainda pior. Normal, por exemplo, em cidades do interior, e em cargos operacionais, selecionadores obterem a sinceridade estarrecedora dos humildes, que respondem ao convite para uma vaga ou um curso profissionalizante com recusa, justificando que preferem esperar antes de assumir compromissos, para ver se desfrutarão de alguma oportunidade alçada por seus candidatos, em alguma assessoria, ou órgão similar.

Isto faz com que projetos acabem por ser prorrogados, processos seletivos se extendam, custos aumentem e consequentemente os resultados tenham que aguardar o segundo semestre, para agir com tentativas de recuperação.
Sei que muitos devem estar surpresos com tal constatação, mas afirmo com a propriedade de quem já externou sua indignação inúmeras vezes com este fator, que ele é real, e deve ser considerado de importância, pois só assim poderá ser combalido.

Podemos comparar a situação ao futebol. Neste momento do ano, o forte das notícias está na compra e venda de jogadores, fazendo com que os campeonatos que seguem seu rumo final comecem a perceber verdadeiras reviravoltas nas classificações, alguns melhorando, mas muitos piorando significativamente, ao perceberem seu plantel se desmanchar. E a pergunta que fica, é se foi no melhor momento, ou este processo poderia ter acontecido antes, dando tempo para existir o entrosamento, garantindo a performance e a expectativa dos resultados.

E a solução pode estar diretamente relacionada ao planejamento. Todas as organizações já findaram ou estão em pleno exercício de definir suas estratégias e incursões para o próximo ano. Porém, muitas das considerações, sobretudo investimentos, poderiam ser executadas ainda em 2010, mas em busca de melhores balanços, acabam ficando para o ano subsequente, e com isso podem vir a não se confirmar, sobretudo as do primeiro semestre.
Como uma das possíveis sugestões, devemos considerar que o fim do ano se aproxima e com ele a demanda ampliada do comércio por força do 13º salário, bonificações e participações em lucros. Esta demanda exigirá força maior de trabalho, permitindo a contratação de um contingente de bons profissionais. Sim, bons, pessoas alheias a eleições, ou copas, ou outros critérios, para definir sua empregabilidade. Pessoas que neste momento estão buscando se especializar, aprimorar conhecimentos e se dedicando por sua marca pessoal.

Se os processos de contratação levarem em conta não apenas o momento atual de demanda sazonal, efetivando não apenas mão-de-obra operacional temporária, mas buscar agora profissionais com potencial para desde já serem advertidos que sua performance de fim de ano pode ser revertida em contratação efetiva no início do ano que vem, e as organizações terão nas mãos uma estrutura alheia aos impactos imediatos da posse dos novos cargos políticos que se dará em 1º de Janeiro.

Enfim, é importante planejar, mas se antecipando ao mercado, para garantir superioridade frente a concorrência. E usualmente o melhor planejamento é aquele que perpassa a condição das equipes de trabalho, almejando torná-las times campeões, antes mesmo de começar a primeira partida do início do campeonato

sábado, 5 de junho de 2010

Rumo ao Hexa

Eis que nos vemos a poucos dias de mais uma copa do mundo de futebol. O apelo mundial é único, para muitos países como o nosso, supera inclusive as Olimpíadas. É uma oportunidade que temos, a cada 4 anos, de aprimorar conceitos com um exercício simples como torcer por nossa seleção.

Quantos brasileiros concordam com a decisão do Técnico Dunga? Olharmos, darmos nosso palpite e manifestar (des)contentamento são atributos democráticos, mas que passam longe da condição de quem ocupa a responsabilidade da posição. Queremos o futebol arte, mas também queremos domínio de campo, queremos a vitória e, logicamente , o resultado. Exatamente como qualquer empresa dos tempos modernos, vivendo seu trivial dia a dia. Os mesmos impulsos para gerar as mesmas decisões, em busca dos mesmos resultados. Como agiríamos se tivessemos que ocupar, de fato, a posição de técnicos da seleção?

Some-se o fato de um time, para funcionar em equipe, necessitar de entrosamento. Clima organizacional, liderança em campo, avaliação de competências.... e eis o plantel. Mas com cada um vivendo em um país diferente, se habituando com uma língua, um costume diferente.... Será mesmo que temos em mãos a seleção "brasileira"? Haveremos de presenciar uma orquestra?

Sim, são ótimos instrumentos, e o maestro é excelente, mas todo concerto pressupõe o previo ensaio. Mais uma dor de cabeça para os arquitetos da seleção canarinho, e mais uma lição corporativa para analise junto as equipes que fazem o jogo dos negócios diariamente.

São muitos os contextos, e por consequência muitas oportunidades de fazermos o link, e utilizarmos o momento de emoção, também como razão e aprendizado. Que tenhamos sucesso, vejamos bola na rede, e que a seleção encante seus clientes. Boa sorte!!!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Vaiar... Liberdade de expressão e outras tolices !!!

Estive recentemente participando de solenidade de formatura em uma renomada instituição de ensino, como tantas das que nós, míseros mortais, somos submetidos ao longo do ano. Momento mágico ao formando, sempre merecido, mas de nobre tortura aos acompanhantes que muitas das vezes não tem a menor noção do que cada discurso quer dizer, mas ainda assim aguenta até o fim das ininterruptas 3 horas de bela solenidade....
Como se não bastasse esta noção que geralmente o formando não tem, ou se tem desconsidera, sobre o quanto é preciso de esforço para o acompanhante acompanhá-lo, muitas vezes também em seu vasto mundo do merecimento, crendo naquele auge de sua vida que atingiu um patamar que o coloca acima de tudo e de todos, não se preocupa em valorizar minimamente também a própria cerimônia, e o quanto pode ser importante aquele momento para seu futuro imediato.

Vamos ao fato: é trivial que momentos solenes estejam acompanhados de responsáveis pela entidade e seus respectivos convidados ilustres. Na mesa de autoridades (porque será que tem este nome?), somam-se docentes e administrativos, figuras ilustres da sociedade e políticos. Ao anunciar, especificamente, o representante da Prefeitura local, alguns dos alunos, certos que estavam arrasando, tentaram iniciar um coro de vaias. Sem sucesso, como resultado, obteve-se tão somente embaraço. Da escola, por ver seu convidado sem jeito. Do convidado, por ser surpreendido pela condição, não esperando aquela situação dentro da casa do anfitrião. Dos alunos, que conseguiram seu minuto de fama em um momento solene, mas não com a imagem que almejavam. Dos demais alunos que, partilhando ou não da opinião, se limitaram a ver as atenções até então dedicadas a eles serem desviadas para um momento de "ideologia solene". E de pais e convidados, que esperavam ver brilho, mas tiveram a angústia de esperar por um desfecho desagradável, esperando alguma manifestação complementar, quer dos alunos, do convidado ou da escola, o que com certeza apenas contribuiria para aumentar sua tortura de estar ali acompanhando uma solenidade maçante, que talvez se convertesse em um circo, estando ao centro do picadeiro seu filho, esposo, pai ou outro ente querido qualquer.

Aos demagogos de plantão: Liberdade de expressão é fundamental. Como blogueiro, defendo e pratico a idéia. Mas liberdade é por muitas vezes confundida com libertinagem. Posso não gostar de determinada pessoa, mas se vou a casa de um amigo e ela está lá, ou tolero sua presença ou me retiro. Arbitrário seria insistir ao dono da casa que retire o "indesejado", ou ainda pior, manifeste minha opinião do que penso do fulano na frente do dono da casa, criando amplo embaraço a todos presentes. Ter liberdade exige a maturidade de saber quando posso usufruir dela, sob pena de esbarrar na máxima de que meu direito acaba onde começa o do outro.

E por fim, política também é bem vinda. Política, não politicagem. A primeira é um ato de cidadania. A segunda, não merece comentários ou definições. E um aluno que ingressa agora no mercado de trabalho, sabendo das restrições e dificuldades, opta por agir publicamente manifestando opiniões com ações agressivas em momento impróprio? Que pensaria você, tendo a chance de empregar um destes indivíduos, sabendo que sem o menor pudor pode manifestar seu desgosto com um de seus clientes dentro de sua loja porque simplesmente não gosta dele? Profissionalismo muitas vezes exige suplantarmos as opiniões pessoais. Isto não significa concordar com atos impróprios, gostar de determinadas pessoas ou se render ao sistema (como possivelmente classificariam os mais radicais), mas tão somente condicionar respeito a cada ato seu do dia a dia.

E quanto aos alunos da vaia: em outubro próximo, terão a oportunidade de fazer valer seus sentimentos. Espero que nenhum deles, tão ávidos por se mostrar "cidadãos" inconformados com a situação de seu município, esqueça de seu título de eleitor. Nem escolha seus candidatos por motivos pífios. Nem despreze os vencedores, pois estes representam a maioria que democraticamente fez sua escolha. Respeito pelos demais é condicionante de quem almeja liberdade!

Em busca de novidades...

Falando agora diretamente de Juiz de Fora, a Manchester Mineira, estarei em breve atualizando minhas postagens. Aguarde e mantenha contato.